No final de 2022 e no inicio deste ano se tornou comum ouvir a respeito de grandes cortes em startups e Big Techs. Vimos em poucos meses rodadas de demissões em gigantes do setor, como: Amazon, Google, Microsoft, 99, entre outras. Todos esses desligamentos acenderam o alerta vermelho nos profissionais que, em alguns casos, começaram a se sentir inseguros por trabalhar em empresas do segmento de tecnologia ou até mesmo para aceitar cargos em startups.
Mas o que intriga aqueles que acompanham as notícias é o motivo de todas essas demissões em massa e em tão pouco tempo. Segundo especialistas, existem vários fatores que geraram essas demissões, entre eles o fato de antes da pandemia o mundo ter vivido anos de juros baixos, e com a pandemia ter sido necessário interromper várias atividades a fim de conter o vírus, assim, para que a economia não parasse de crescer, os bancos centrais ao redor do mundo injetaram liquidez no mercado para incentivar o consumo, o que tornou o dinheiro mais barato e, por consequência, o investimento em startups se tornou algo atraente.
Contudo, com o aumento do consumo, ocorreu o aumento da inflação e os bancos subiram as taxas de juros para manter a inflação sob controle. Com isso, o investimento em startups, considerado de risco, se tornou menos atrativo e os investidores preferiram colocar seu dinheiro em investimentos mais seguros, como a renda fixa.
O impacto do fim da pandemia
Outro ponto que também teve impacto direto nesse mercado foi o fim da pandemia. Durante o período de isolamento criou-se uma nova realidade, em que tudo o que fosse possível deveria ser feito digitalmente. Startups e BigTechs contrataram mais funcionários em regime de home Office para suprir a demanda por suporte de usuários que não conseguiam se deslocar fisicamente a lojas.
O aumento das compras online criou, assim, um aumento da necessidade de suporte para esses usuários, uma vez que alguns usuários nunca haviam realizado compras de itens básicos, como alimentos e roupas, de forma virtual até a pandemia. Esse aumento de acessos levou a um aumento na demanda por funcionários, demanda essa que se extinguiu com o fim da pandemia, já que os usuários voltaram a frequentar lojas e mercados.
Para escalar rapidamente as startups precisam de capital externo, porém com a retração da economia por conta do aumento das taxas de juros pelo mundo, aliada ao aumento da inflação, o capital para investimento se tornou escasso e com isso as empresas iniciaram movimentos para realizar cortes de funcionários e se adequar à nova realidade do mercado. Assim, já que o mercado não dá indícios de alterações no futuro próximo, as empresas começaram a enxugar seus quadros de funcionários e cortar gastos que não são essenciais, mantendo o funcionamento da operação.
Metaverso contribuiu para cortes nas startups
Outro ponto importante desse cenário foi a desistência de muitas empresas no investimento no metaverso, o universo de realidade aumentada que recebeu diversos investimentos pesados no ultimo ano, porém a experiência não atraiu os usuários de forma esperada e as Big Techs começaram a abandonar projetos relacionados ao MetaVerso. Pelo menos por enquanto, o universo virtual não deve ser um substituto viável de interações no mundo real. E com esse fuga de investimentos postos de trabalho gerados pela criação do MetaVerso foram extintos.
O que vem por ai?
Apesar dos cortes em massa, o setor de tecnologia é um dos que mais cresce. As empresas devem se adequar à nova realidade e, após um novo planejamento, os cortes devem cessar. O primeiro trimestre é normalmente utilizado para rever planejamentos e ajustar métricas. Porém, em empresas já estabelecidas no mercado, os cortes não estão ocorrendo de maneira tão acintosa. Por esse motivo, é importante que os profissionais em busca de recolocação no mercado de trabalho analisem as propostas recebidas e entendam se a empresa na qual estão desejando ingressar já está adequada à nova realidade, assim, prevenindo uma demissão inesperada.