O 5G, quinta geração de internet móvel, pode chegar em mais 459 municípios a partir do dia 30 de maio, segundo a ANATEL. Para isso, as prestadoras que adquiriram lotes na frequência de 3,5 GHz terão que solicitar à ANATEL o licenciamento e ativação de estações 5G nessa faixa. Com isso já são 1423 municípios que possuem a faixa de 3,5 GHz liberada para uso das estações 5G, o que corresponde a uma rede capaz de beneficiar 64,7% da população brasileira.
Mas o que de fato muda do 4G para o 5G e como ele pode beneficiar a sociedade?
Como é de conhecimento geral, a cada nova rede a velocidade de tráfego aumenta exponencialmente. O 4G entrega picos de 1Gbps, enquanto o 5G promete entregar 10Gbps em sua versão pura. O 5G puro é conhecido pela sigla NR (New Radio) e essa versão estreou no Brasil em julho de 2022 nas principais capitais do país: São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa.
Já o restante do país está recebendo uma versão mais modesta do 5G: o 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing). Este modelo de 5G utiliza as mesmas estruturas do 4G, entregando velocidades mais altas que o 4G, porém mais baixas que o 5G puro.
O principal desafio do 5G no Brasil, um país de dimensões continentais, é o fato de o 5G trabalhar com uma frequência muito mais alta do que o 4G, entre 3,5 GHz e 26 GHz, e quanto maior a quantidade de ondas, mais informações são enviadas, mas o comprimento das ondas, por sua vez, é reduzido, o que dificulta sua passagem por objetos mais espessos. No caso do 5G puro, isso pode significar que uma simples porta de vidro já seria o suficiente para barrar o sinal. Portanto, as antenas de 5G deverão ser posicionadas em pontos estratégicos das cidades, para que de fato a tecnologia funcione como é proposta.
A Internet das Coisas
O foco da tecnologia 5G, no entanto, não é seu uso em aparelhos celulares, uma vez que a grande maioria dos usuários não faria grande uso disso ou não teria condições de pagar planos de 5G com velocidade de 2Gbps, que são caros e desnecessários para usuários médios. O 5G foi projetado para ser a internet das coisas, e graças a sua latência, que é algo em torno de 5 ms, pode ser usado para controlar, por exemplo, um maquinário pesado de forma remota, uma vez que seus comandos são recebidos quase que em tempo real.
Em um mundo onde cada vez mais aparelhos e máquinas estão conectados na internet, o foco da tecnologia 5G é ser a rede de transição para o 6G (que deve chegar apenas em 2030) e, dessa forma, automóveis, máquinas, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e a maioria dos aparelhos utilizados no dia a dia já terão conexão entre si. Essa conectividade já começou a acontecer com os aparelhos inteligentes, inicialmente com celulares, em seguida com televisores e atualmente já encontramos geladeiras, máquinas de lavar e carros que se comunicam entre si, realizando múltiplas tarefas para o usuário, que pode controlar tudo de forma remota e com poucos toques na tela.
A realidade é que os avanços da tecnologia no que diz respeito à velocidade e interconexão acontecem de forma cada vez mais rápida e com saltos progressivamente maiores, algo que era impensável há 10 anos atrás. E com esse avanço, o universo futurístico que as crianças assistiam na série “Os Jetsons” se torna cada vez mais real.