O BRICS, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, anunciou nesta quinta-feira (24/08) a ampliação do bloco.
O debate para a expansão do bloco foi o tema principal da cúpula do BRICS, que ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul, e terminou nessa quinta-feira.
Foram convidadas a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para ingressarem no bloco. Esses países só ingressarão no dia 1º de janeiro de 2024 e devem cumprir algumas condições para participar do grupo.
Com isso, o bloco mais que dobra de tamanho e inclui países com elevada relevância no mercado internacional, tornando o BRICS um bloco econômico ainda mais importante dentro do comércio mundial.
Entrada da Argentina no BRICS é colocada em xeque
Um dos países convidados, a Argentina, pode não ingressar no BRICS mesmo com o convite. Isso porque o país está em meio ao período eleitoral que decidirá quem comandará o país pelos próximos 4 anos, pelo menos. Os candidatos que lideraram as primárias são contrários à entrada da Argentina no bloco.
O candidato que liderou as primárias, Javier Milei, já declarou diversas vezes que caso vença o pleito, não realizará negociações com países que não estão de acordo com sua ideologia. Milei chegou a anunciar que não faria negócios com a China ou com o Brasil.
A segunda colocada nas primárias, a candidata Patricia Bullrich, também é contra a entrada da Argentina no bloco, porém por outros motivos: Bullrich alega que o bloco possui países autoritaristas, como Rússia e Irã – que, assim como a Argentina, só ingressará em janeiro de 2024.
O atual presidente argentino, Alberto Fernández, no entanto, comemorou a entrada da Argentina e destacou o protagonismo que o bloco deve ter com a inclusão dos novos membros.
Moeda única
Durante a cúpula, os membros também aprovaram uma resolução para estudar a criação de uma moeda única para pagamentos entre os países participantes do bloco. Esse debate ocorre porque é de interesse dos países do bloco deixar o uso do dólar, moeda usada hoje não só como balizadora de preços no mercado internacional, mas também em negociações entre os países.
É importante destacar que essa moeda única seria usada apenas no comércio internacional, e não de maneira doméstica. Portanto, nenhum dos países do bloco terá que alterar sua moeda interna.
Foi decidido que as equipes econômicas de cada um dos participantes estudem as formas de criação e de aplicação de uma moeda única para ser apresentada na próxima reunião do bloco, que ocorre apenas em 2024.